A dama na água (Lady in the water) - M. Night Shyamlan, 2006: Sou bastante suspeita para falar de Shyamalan, mas em se tratando de cinema, o cara pode ser um deus da perfeição em um filme e no próximo fazer uma porcaria qualquer, mesmo que sem querer.
M. Night teve o 'azar' de fazer de seu primeiro longa algo tão surpreendente e bom que poderia muito bem estar fadado ao fracasso eterno depois de "O sexto sentido" por mais que se esforçasse. Não por sua culpa o excelente "Corpo fechado" teve uma campanha publicitária pavorosa (comparando-o com o primeiro, quando são obras bem diversas) por parte do estúdio. "Sinais" fez seu barulho, mas não chegava ao que causou "O sexto...", apesar de sustos ótimos e elenco idem. "A vila", em meu ver, teve um final meio que estranho, faltou tato, mas o filme em si é bom, e repetindo, o elenco também. E em "Stuart Little", ao adaptar a obra, ele já deixou sua (até então) sutil marca registrada: água.
"A dama na água" sofreu bastante até ser filmado e estrear. A Disney, primeira produtora a acolher M. Night Shyamalan não topou o roteiro, não queria que M. Night atuasse no filme, e não queria uma fábula. Shyamalan se mostrou mais fiel a seus ideias e 'filhotes' e deixou a produtora, claro, sendo acolhido por outra quase que imediatamente.
Assim, ele reconvocou a surpreendente Bryce Dallas Howard para um papel que poucas atrizes topariam (ou conseguiriam fazer): uma narf, quase muda, sem maquiagem e sem figurino (literalmente). Bryce consegue cumprir seu papel com destreza, criando uma aura de fragilidade e mistério que uma personagem fanstástica pede. Lembro-me encantada pelo trabalho da atriz em "A vila" e continuo assim. Não vejo a hora de vê-la em "Homem-Aranha 3" no importante papel de Gwen Stacy.
Paul Giamatti é um ator excepcional, que o mundo demorou a descobrir, mas graças ao bom Deus, isso já passou e podemos nos brindar com suas sempre inspiradas e dedicadas atuações. Como o síndico Cleveland, Giamatti nos mostra um cara comum, mas que guarda uma grande dor, apesar de ser sempre gentil e por muitas vezes submisso. Excelência, meus caros, muita rara hoje em dia.
Não assista esperando um suspense, que não é, em absoluto.
É uma fábula (sim, uma fábula) que Shyamalan criou para seus filhos e que ganhou uma beleza especial ao ser passada para a telona. Atente para as críticas políticas, sociais, raciais, e críticas aos críticos (já vi alguns enfurecidos pela figura que M. Night deu para os críticos de cinema; hilário).
Ah, sim, fotografia eficiente, como sempre.
E o cartaz azul, minha gente!, desde a primeira vez que o vi, quis tê-lo na parede da minha sala.
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Bom...nada contra o Shyamalan...os outros filmes dele são muito bons. Mas esse é um cu. Na verdade, é uma cloaca.
Rs... concordo com a Gel. Não estava muito animada pra assistir esse filme não, mas depois das suas dicas fiquei com vontade! =)
Bjs, Carol!
Oi Carol, tb curto os filmes dele... as nossas opiniões são bem parecidas, com exceção de "A vila" que gostei muito... achei o final muito bom!
Estou curiosa para assistir a esse novo filme...
Bjks
Carolzinha!
Quase assisti a esse filme no sábado, mas o Pedro preferiu "Xeque-Mate" com Bruce Willis. Confuso, mas também muito legal.
Embora não goste muito de fábulas, vou tentar levar o Pê pra ver esse na semana que vem.
Beijão,
Rê
eu tenho medo....
Enviar um comentário