Imagem inicial retirada de : www.alyssaandkeith.com
Imagem inicial retirada de : www.alyssaandkeith.com


O dia dos namorados foi essa semana, mas não há como não ter se lembrado dessa data. Por onde você passa só vê corações pendurados, é um mundo totalmente cor de rosa e apaixonado, pelo menos é assim que o comércio tenta dizer que é.
Bom, aproveitando o clima "love’s in the air", vou escrever uma das várias teorias que eu andei desenvolvendo aqui no meu pote de idéias furadas, vulgo cabeça, sobre os tipos de pessoas e sua forma de ver, e viver, o namoro.
Pessoa par: está sempre emendando um relacionamento com outro. Parece que não consegue sobreviver se não estiver com alguém, mesmo que seja só ficando. Ela precisa de alguém para receber e dar telefonemas constantemente, assim como trocar presentes, ir ao cinema e qualquer outro tipo de programa, pois simplesmente não consegue imaginar a vida pela perspectiva de alguém solteiro. Até mesmo porque, não conseguiu manter nenhuma amizade das antigas, a não ser os casais (deve ser porque ela só faz programas de casais). Isso não significa que nunca ficam sozinhas, até conseguem, mas também se desesperam e agarram o primeiro ser humano que lhes dá bom dia na rua. É triste de ver.
Pessoa ímpar: consegue transitar bem entre a solteirice e os relacionamentos mais duradouros. Não entra em parafuso se está sozinho. Consegue manter seu círculo de amizades mesmo quando está namorando, então, ao se encontrar em forma single tem sempre alguém para acompanhá-la numa balada ou simplesmente não fazer nada. Ao ser apresentado para uma pessoa não a vê como uma pretendente em potencial, mas se rolar um dia, quem sabe?
Pessoa primo: derivada do conceito matemático de número primo, aquele que só é divisível por ele mesmo ou por 1. Alguém com essas características é capaz de bater no peito com todo orgulho e dizer: nasci sozinho e sozinho morrerei. Não faz a menor questão de se apegar a ninguém, pois acredita que veio ao mundo a passeio, nada de criar vínculos ou levar um relacionamento a sério. Por que ficar com um se podemos ficar com vários? Quem é assim sempre tem muitos amigos porque, bem ou mal, não gosta de sair sozinho por aí, apenas tem horror à palavras como COMPROMISSO, RELACIONAMENTO e etc. Mas é feliz assim mesmo, desse jeitinho.
Pessoa Intersecção: conjunto que agrega as pessoas que possuem características de todos os grupos. Pessoas assim incorporam cada um desses perfis numa fase específica da vida. Às vezes são desesperadas, noutras desencanadas e em outras totalmente desapegadas. Talvez esse grupo englobe a maioria das pessoas, senão na essência, pelo menos na aparência.


Xeque-mate (Lucky number slevin) . Paul McGuigan , 2006: Assim como eu, quem gostou de "Snatch" e de "Jogos, trapaças e dois canos fumegantes", ou ainda dos filmes "Ocean's 11/12/13", (se é que alguém já teve a sorte de ver o último...) vai gostar desse, de graça. Não tão bom como os citados, mas fiel seguidor das reviravoltas e piadas bem sacadas. Além do que, o filme conta com Morgan Freeman e Sir Ben Kingsley em papéis magníficos e eu ainda não sei como estes caras não trabalharam mais juntos. Há um só porém: se o menino do começo do filme não fosse tão parecido com um dos personagens posteriores da trama...
perdoem os atores de sua geração, melór mesmo só Depp. E ainda, Paul Giamatti. Gosto do Paul desde sempre, desde quando ele fazia filmes pra tv americana para pagar as contas, desde que "Sideways" ainda não tinha acontecido da vida dele. E Norton e Giammatti rendem as seqüências mais bacanas, também precisam trabalhar de novo juntos. Apesar disso, basta atentar um pouco mais que o roteiro mostra suas pontas soltas (propositais?), e dá pra sacar o filme, no máximo, 40 minutos antes de acabar e tuuudo se revelar, ó. Sinto muito, mas Romeu e Julieta é batido demais, sorry. Apesar dos pesares, o filme é bem bacana, fotografia belíssima mesmo, ambientação de época sem exageros e a sinceridade em admitir que o que o cara faz mesmo são truques, ilusão de ótica pura, e no fim, bem simples (vide os gráficos explicando a árvore de laranjas).
O grande truque (The prestige) . Christopher Nolan , 2006: É quase impossível assistir "O ilusionista" e não correr de volta pra locadora para pegar este. E vice-versa. Como às vezes acontece em Hollywood, os roteiros se influeciam ou são copiados na cara dura por produtoras ou diretores rivais. (Alguém lembra de "Madagascar" e "Selvagem"? Eu, se fosse da Dreamworks, processaria a Disney grandão.) Enfim. Calhou que estes foram lançados quase simultaneamente e fica difícil não compará-los, posto que usam do mesmo tema e ainda são ambientados em épocas próximas. De novo, foco o elenco. Um filme que tem David Bowie no elenco, não pode querer ser levado a sério. Ainda mais Bowie de terno e bigode... hilário, no mínimo. Respeito o cara, e só. Músico. E só. Mesmo que Sir Michael Kaine participe ativamente como competente coadjuvante no fime todo (mas entediadíssimo, pode prestar atenção), e Hugh Jackman mantenha o bom nível de interpretação de sempre, e Christian Bale tenha deixado todos os sentimentos guardados n'alguma gaveta em casa, o diretor mostra um baixo desempenho extremamente decepcionante para quem fez "Memento" ou até mesmo "Batman begins", já que "O grande truque" tinha a oportunidade de ser um filme mais modesto, menos fantástico, mais racional. Cansativo, apesar de interessante. E só.