Crônica de uma vida cotidiana
Todo dia ela faz tudo sempre igual: acordar, passar o café, tomar o desjejum, lavar a louça (que parece se multiplicar, por mais lavada que ela deixe a louça, é só se ausentar um pouco que a maldição da eterna louça suja se repete), enxugar a pia (que assim como a louça suja, está sempre ensopada, impressionante), varrer a cozinha, passar pano, limpar o fogão.
Finda a tarefa 'culinária', é preciso varrer as salas e os quartos, passar pano nos mesmo. Enquanto secam, botar roupa pra lavar (Deus abençoe infinitamente a criatura que inventou a máquina de lavar roupas!), estender a roupa e rezar para não chover. Se possível for, almoçar algo bem sem-vergonha porque a essa altura preparar comida já lhe parece exaustivo demais, considerando que os outros moradores da casa podem almoçar em seus respectivos locais de trabalho (como ela não trabalha fora, tem de se virar sozinha).
Então, à tardinha, as camas já tinham sido esticadas, os quartos arejados, o banheiro rearrumado (3 moças de cabelos compridos deixam o único banheiro da casa sempre um caos), a cozinha está limpa e arrumada (por breves momentos, até que a maldição ataque de novo).
Esperando ter um tempo para conferir e-mails, respondê-los, ler as notícias, desiste à primeira perguntada (é só ligar o MSN que tem alguém ali, como que esperando o tiro de largada para perguntar "Por que você não trabalha?" [Mais?!], "Por que você não estuda? [Com que dinheiro?!], "Por que você não quer fazer o mundo melhor?" [Pra quê?!]).
Então, para não esmurrar o pobre do PC que não tem culpa das arbitrariedades que transmite (até porque tais arbitrariedades não lhe chugam só via high-tech, muitas vezes chegam na-lata, e aí, dá-lhe engolir sapos para não dar respostas atravessadas para as perguntas cretinas que ouve -- o que quase sempre resulta em dor de estômago, insônia e choro escondido).
Final do dia chega, e com ele chegam as pessoas que vão usar a louça limpa sem sequer ter a pretensão de lavá-la, vão usar o banheiro sem prestar atenção que ele tinha, sim, sido arrumado e ainda pra arrematar o pacote como um belo laço em fita, vão perguntar:
- Por que você não fez janta?
Finda a tarefa 'culinária', é preciso varrer as salas e os quartos, passar pano nos mesmo. Enquanto secam, botar roupa pra lavar (Deus abençoe infinitamente a criatura que inventou a máquina de lavar roupas!), estender a roupa e rezar para não chover. Se possível for, almoçar algo bem sem-vergonha porque a essa altura preparar comida já lhe parece exaustivo demais, considerando que os outros moradores da casa podem almoçar em seus respectivos locais de trabalho (como ela não trabalha fora, tem de se virar sozinha).
Então, à tardinha, as camas já tinham sido esticadas, os quartos arejados, o banheiro rearrumado (3 moças de cabelos compridos deixam o único banheiro da casa sempre um caos), a cozinha está limpa e arrumada (por breves momentos, até que a maldição ataque de novo).
Esperando ter um tempo para conferir e-mails, respondê-los, ler as notícias, desiste à primeira perguntada (é só ligar o MSN que tem alguém ali, como que esperando o tiro de largada para perguntar "Por que você não trabalha?" [Mais?!], "Por que você não estuda? [Com que dinheiro?!], "Por que você não quer fazer o mundo melhor?" [Pra quê?!]).
Então, para não esmurrar o pobre do PC que não tem culpa das arbitrariedades que transmite (até porque tais arbitrariedades não lhe chugam só via high-tech, muitas vezes chegam na-lata, e aí, dá-lhe engolir sapos para não dar respostas atravessadas para as perguntas cretinas que ouve -- o que quase sempre resulta em dor de estômago, insônia e choro escondido).
Final do dia chega, e com ele chegam as pessoas que vão usar a louça limpa sem sequer ter a pretensão de lavá-la, vão usar o banheiro sem prestar atenção que ele tinha, sim, sido arrumado e ainda pra arrematar o pacote como um belo laço em fita, vão perguntar:
- Por que você não fez janta?
5 comentários:
Puxa vida queridona, sei quem do que você tá falando. Acho que as donas-de-casa, sejam temporárias ou não, jamais serão valorizdas. Quando alguém pergunta o que elas fazem na vida e a resposta é: sou dona-de-casa, logo vem a resposta: mas você não trabalha?
Primeiro, trabalhar em casa é dar um ralo muito, mas muito maior do que as pessoas pensam. Segundo, nem toda dona-de-casa virou dona-de-casa por opção própria...às vezes a opção é dos otros, do mercado de trabalho, por exemplo.
Não desista, estamos aqui pra te dar apoio, você tem muito mas muito o que fazer ainda...muito mais do que limpar o banheiro que as pessoas usam e nem percebem que sujaram.
Beijo grande
É Carolita....tarefas domésticas, não sei porque, não são reconhecidas como trabalho, não são remuneradas e nem um "poxa, obrigada" a gente ganha...Mas é fácil fazer com que as outras pessoas percebam a importância....uma semaninha sem fazer nada é o suficiente para o caos se instalar...
Acho que a dona de casa, é a pessoas que mais trabalha...o serviço não acaba nunca!
Te entendo muito bem....
Por isso Carol que na minha área quando nos referimos ao trabalho doméstico falamos "trabalho invisível", "não valorizado", ou no popularzão "oh trabalho ingrato!"
Beijinhos
É Caroleta... trabalho de casa não é valorizado...
É um trabalho prá lá de ingrato, pq a gente faz e faz, mas:
1- não aparece
2- não dura
3- todos acham que é moleza
Bem... todos não, né? Pq aqui, todas nós sabemos bem o quanto vale uma pia limpa, um banheiro sem cabelos e uma pilha de roupas passadas...
Bem, aqui até consegui que minha "santinha" venha quase todos os dias e seja uma trabalhadora direita (com carteira assinada direitinho), pq eu não tava dando conta do recado.
Eita trabalho sem fim...
Bjks,
Má
A Marcitcha ai em cima disse tudo..
E o pior eh quando a gente chega acabada do servico em casa..doidinha de vontade de um sofazinho e chocolate...e tem que limpar a casa prmeiro.. ai ai ai.
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