Você cresceu na última quadra de uma rua sem saída, recém calçada, numa casa de vila do BNH, dum bairro então relativamente simples. Era calmo, seguro, você andava de bicicleta pelas redondezas, dormia até de janela aberta, ficava sentada na frente de casa até tarde da noite...
Aos poucos, o cenário foi mudando. A vila cresceu, modificou-se, dando lugar a prédios e comércio. O bairro virou o novo centro da cidade. Para finalizar, abriram a rua... Ai, ai, ai... 30 anos depois, tantas mudanças. E como!
No último ano essa cidade mostra que já não é mais tranquila, ou a rua segura...
- Seu pai toma uma surra no que deveria ser uma tarde de diversão, ao assistir seu time no estádio de futebol (http://montanhafather.zip.net/).
- As freguesas de sua mãe, costureira, têm o carro arrombado na frente de sua casa. A amiga de sua irmã é abordada numa tentativa de assalto, ao parar de carro, no mesmo local.
- A vizinha tem a casa invadida pela pessoa a quem sua mãe acabou de dar um prato de comida - detalhe: o garfo que deveria ser utilizado para comer, serviu para abrir a porta da casa da vizinha.
- De noite, ao abrir as grades do portão para sair de casa, você avista uma criatura "suspeita" andando em direção ao final da rua e desacela seu passo. Quando chega à frente da casa, volta quase que correndo, ao se deparar com essa pessoa parada "escondida" junto ao portão da vizinha, como se tivesse te esperando, sabe lá Deus para fazer o quê!?
- O carro de seu pai é roubado em frente à casa de seu irmão e encontrado, por sorte, já que o tanque de combustível está sempre pela boa!
- Um telefonema dizendo que você foi sequestrada (http://derepente20s.blogspot.com/2009/06/terror-pelo-telefone.html) desorienta sua família por 30 minutos, quase mata sua mãe e deixa todos meio lerdos pelos próximos dias. Um trote...
Poucos acontecimentos, num curto período, que mostram o quanto a violência está próxima. Já não há mais tranquilidade, nem segurança. Agora, só resta aprender a viver com isso. Ou, melhor, viver apesar disso.
domingo, 21 de junho de 2009
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10 comentários:
Olha, ironizando com o dia que chegasse aqui em casa depois de tudo, nunca fosse tão bem vinda nessa casa ! E nem tão bonita ! hehehhehe. Mas foi um terror, que não tens ideia... Mesmo depois de tantos emails de alerta com isso e blablabla que a gente nem lê e exclui,quando acontece, isso NAO passa pela cabeça, não pela minha, né, quase que de camarote.. MAAS passou, não foi nd graças a Deus, tá tudo bem! Com todo mundo! E realmente, ta tão periogoso, né! Tenho medo de ir até a padaria sozinha, às vezes, ja não sei se é uma neurose ou se é precaução...!
Beijinhos :*
Ui ui ui... mil vezes.
Aí depois eu nao entendo pq nao quero crescer. Horas... nem dá mais pra ver os gatinhos jogando taco no meio da rua.
:(
Ah... se fosse só isso né.
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Qnd li esse título do post, achei que era sobre casamento. lembrei da carta q te dei perto do teu casamento, com essa música. Tens?
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Amei seu comentário no dia do meu niver.
Te amo... demais!
beijos
Denayse tua!
O mais triste é que nesse relato nem precisa ter o nome da cidade: cabem quase todas do Brasil na descrição, com mais de 500 mil habitantes.
Oi Aninha querida... estás falando de que lugar minha linda, uma vez que percebo isso em todos os lugares daqui e de fora tb... uma pena, a miseria traz violencia que traz mais miseria... e mais violencia... e nós, no meio... Um horror.
Só nos resta rezar.
Bjks
Má
É Ana... muito triste isso... e logo São José que é uma cidade tão apaixonante.
Mas o que fazer, né?
São os contras do progresso...
Bjs!
Que pena que um mundo tão lindo e tão gostoso se tornou esse "monstro" perigoso.
Tudo porque aquele menino não conseguiu ter o que a gente tinha...comida na mesa, bicicleta, carinho de mãe...
A quem devemos culpar? Para quem devemos reclamar? E por onde descomplicar?
Obrigada pela visita que fez ao meu blog!
Passarei mais vezes por aqui!
beijos
Pois é....o difícil é ter serenidade pra se viver nesses novos tempos...será que ainda tem solução?!?!!
bjo
Oi, Ana!
É assustador pensar nisso.
A minha casa, hoje, é quase uma fortaleza.
Dá vergonha.
Dá tristeza.
Bjo!
Aninha, adorei a visita, obrigada!
e adorei o blog de vcs! :D
Olha, sobre o assunto, eh bem verdade, mas sabe, muitos dizem q hj vemos o melhor e o pior, eu acredito nisso, ta tudo junto, a gente tem que acreditar que vai dar tudo certo e se cercar de cuidados na medida do possivel, mas eu me recuso a ser refem do medo, moro no rio, nao saio muito pq depois q tive filho fica complicado, mas sabe, nunca fui assaltada.
Tento sair sempre sorrindo, pensando em coisas boas e contando que nao vou atrair nada ruim e se tiver q acontecer que seja da forma mais pacifica, infelizmente a gente se adapta tbm!
Mas isso nao eh exclusividade daqui nao, o mundo ta diferente, entao eh dificil ter essa sensaçao de segurança independente de onde estejamos, ate pq tem certas violencias que nao sao exatamente as urbanas coletivas, sao as domesticas que ocorrem em silencio!
Nao perde a esperança nao, nem tudo ta perdido!hehe
beijocas
Acho sua conclusão bem pertinente, eu e o marido até combinamos uma palavra para casos emergenciais emque não possamos nos comunicar direito. QUe doido isso. Bjs
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