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O último rei da Escócia (The last king of Scotland): Sei que é do Oscar do ano passado mas que posso eu fazer se minha cota de filmes caiu de lá pra cá? Mas enfim. Filmaço. Sincero e corajoso com relação à personalidade de Idi Amin, que é fácil fazer filme sobre ditadores tiranos (redundância?) sem se preocupar em destacar como e porque eles são ditadores tiranos. O filme mostra o Amin infantilmente cruel e, por que não?, deslumbrado com o poder que “conquistou”, amante-invejoso da cultura escocesa que tenta copiar-imitar dando nomes típicos para seus filhos (de 3 esposas diferentes...) e hábitos que não se encaixam em seu “palácio”, em suas festas, em suas torturas. Ao mesmo tempo conhecemos o médico Nicholas Garrigan (James McAvoy), escocês (!), que recém-formado vai pra África para tentar fazer algo que preste da vida e por acaso acaba conselheiro-prisioneiro de Amin. Igualmente infantil, ele se deixa levar pelo luxo e pelo poder que Amin emana, sem querer se dar conta das barbáries que ele comete. Até o momento em que é forçado a ver do que Amin é capaz. E depois, sofrer as conseqüências. James McAvoy, desconhecido até então, mostra a que veio quando consegue transmitir decepções, remorsos e descobertas amargas que seu personagem vive, quase sempre sozinho, posto que é um “intruso” no meio em que se encontra. Rapaz de talento viu (que entrou pro hall do JAAL!, rs). Mas não assista se não tiver estômago forte. De verdade.
O operário (The machinist): Vi este filme entrar em voga porque foi filmado em Barcelona e logo depois Christian Bale foi fazer “Batman Begins”, lançado bem na época que eu estive no Velho Mundo. Considerando que Bale definhou ao limite para este e depois malhou e criou tanta massa corporal para “Begins” que nem cabia no uniforme do morcegão que as filmagens tiveram de ser atrasadas para que ele desinchasse um pouco, ele só pode ser dos melhores (e mais pirados) atores de sua geração. Tendo um filmes para, literalmente, contracenar consigo mesmo, Christian conseguiu criar parâmetro de comparação para quem quer que venha a fazer um (!) personagem da mesma linha. Filme este que certamente Hitchcock faria se reencarnasse (ou se vivesse até os 110 anos...), palmas para o diretor Brad Anderson que foi hábil e sutilíssimo, deixando pulgas atrás da orelha (a caixa d’água, por exemplo) insinuando que podemos desvendar o filme antes que ele se auto-explique (mas aí não teria a menor graça). Até a trilha sonora faz bela homenagem a Alfred, com violinos lancinantes (adouro!). Agora, se você não gosta de Hitchcock, só lamento.
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O ultimato Bourne (The Bourne ultimatum): Sou suspeitíssima para dizer, porque adoro os livros e a trilogia de filmes (apesar de ser baseada, e não adaptada dos livros – quem leu sabe) Bourne, e adoro Matt Damon desde “Gênio indomável”, rapaz de talento também (por falar nele, já viram isso? Quiquei de rir.). Como há tempo relativamente longo entre as filmagens dos 3 filmes (mas não entre eles), recomendo que quem tenha visto os outros dois em suas épocas, reveja, porque muito do que acontece neste “Ultimato” não se explica a não ser que tenha prestado muita atenção nos anteriores. Difícil superar a perseguição de carros na caótica Moscou do “Supremacia” (meu favorito) mas a deste não deixa por menos. Sem contar o destaque para as conversas ácidas entre Joan Allen e David Strathairn (do perfeito “Boa noite, boa sorte”) e as incontáveis vezes que Bourne
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Eu sou a lenda (I am legend): Eu não sei vocês, mas qualquer filme que Will Smith (e Jack Black, e Quentin Tarantino) faça, eu vou ver. Invariavelmente se é bom ou ruim. É inevitável. De alguns vou gostar mais, de outros menos, mas vou gostar. O diferencial deste é que Will mostra que deixou de ser um garoto (apesar da belíssima forma, sorry guys) falastrão para ser um pai de família amargurado, frustrado, infeliz. Pena que o filme não favorece, mas fiquei curiosa pra ver Smith fazendo um papel assim num filme que ele não tenha que obrigatoriamente sair dando pancada em ninguém (com trocadalho do carilho, porque “Ali” também se encaixa). É interessante vê-lo contracenando consigo (mas notem o abismo das interpretações de C. Bale e Smith...) e com a cachorra (que fiquei morrendo de dó, não gostei do que fizeram com ela. Afinal, se o rato ficou curado, a humana-zumbi não, porque ele não tratou a pobre da cã ao invés de ... ah, não gosto mesmo de filmes que tenham animais porque sempre vai acontecer algo com eles pra manipular o público e nos deixar morrendo de dó. Eu sei que é de mentirinha, mas ainda assim, não gosto.) Morri de dó da Sam, e não fiquei com o mínimo dó do moleque que não fala (ou que não teve oportunidade de falar) nem da sobrinha da Sônia Braga que não sabe quem foi Bob Marley (não é
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A-do-guei o Oscar. Europa na veia, urru!
Javi-todo-bão levando a estatueta que deveria ter sido dele por “Mar adentro” (só que principal, néam). Preciso ver “Onde os fracos não têm vez” não só por Bardem mas pelos irmãos Coen que adogo também desde que vi “Fargo”.
Ó, Pe, é assim que se ganha um Oscar: na primeira indicação! Tchau procê.
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Mudando de mala pra saco: e a abertura da novelha das 19h que é uma mistura de propaganda do Avon com propaganda da Seda-Dove-Kolene (porque propaganda de shampoo é tudo igual, com mulheres de cabelos ao vento)? Ruim de doer hein galera.